Tempos difíceis (lava esfrega)
Cuidado com os vírus e a bicheza em geral!
Há poucos dias, entrei numa
pastelaria de grande requinte (ainda se podia e eu entrei).
Reparei, com
agrado, que toda a sala brilhava, de exemplar limpeza. Nem uma mosca para animar
os mais atentos, nem uma barata para decorar o rendilhado de uma bandeja, nem
um crocodilo, disfarçado, a um canto, pronto a lamber os bolos todos.
Ilustração de Danielle-Mae (Obrigado) |
Com espanto,
apercebi-me de que todos os funcionários usavam um artefacto, branco, imaculado
(um vulgar baraço), pendoricalhado (que palavra tão mal inventalhada), na
braguilha das calças.
Pedi um café e
um pastel de Belém. Mas aproveitei para questionar o moço:
- Para que serve
esse cordel, aí pendurado? É norma de fardamento?
- É sim senhor.
Regra da casa e medida de higiene. Quando vamos verter águas - para quem não se
familiarizar com o termo – mijar, “apuxamos” o baraço para não tocarmos na
roupa…
- Áh! – respondi
abismado – então e depois, para tirar o “barimbau” para fora? Como fazem, usam
luvas?
- Não senhor. Aí
entra a ajuda da tenaz dos bolos!!!
- Pois… Traga-me
só o café se faz favor. – Emendei eu – passou-me a gula.
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