Não,
Não estamos sempre a aprender.
Não só discordo como me permito, do alto do meu mais de meio século de defeitos e mau-feitio, morder as vossas certezas sobre esse delicado assunto. Talvez, mesmo, dizer-vos que, esta afirmação, pode ser uma vontade de inibir a vossa capacidade de aprender. Há gentalha capaz de tudo!
Raro é o dia em que a frase “Estamos sempre a aprender”, não passa por mim, acompanhando “cumprimentos insípidos” e “risos ocos”. E eu “olho-os com os olhos lassos, há nos meus olhos ironias e cansaços…”, e tenho que contrariar. Não! nós Temos capacidade para aprender, sempre. No entanto, só aprendemos se estivermos disponíveis para tal.
Partir do pressuposto que o conhecimento é como a chuva, é um erro Crasso. Para apanhar chuva basta não usar guarda chuva. Para aprender é necessário despir o fato das certezas, tirar o chapéu do preconceito, rasgar a arrogância e a teimosia.
Mas é necessário despir as certezas, pormo-nos em causa, duvidar de nós próprios.
Para aprendermos com a chuva persistente de conhecimento, que são os segundos, os minutos, as horas dos nossos dias, é necessário tirar a crosta das certezas absolutas.
Se ao viver, ao fazer, ao estar, acrescentarmos perguntas, antes de fazer, durante o fazer e depois de fazer. Se nos perguntarmos como fazer (ou perguntarmos a alguém), se ponderarmos, durante o “tiro”, emendar a mão, se depois do “feito” nos interrogarmos sobre o resultado, sobre as consequências, sobre o que os outros receberam disso… Talvez tenhamos aprendido algo. Talvez.
Quando falo, sobre isto, a alguém e alguém me diz que não é assim e que simplesmente estamos “sempre a aprender” … Eu digo que sim, que também, que sim senhor… E não perco tempo com a discussão. Aproveito esse tempo para tentar aprender alguma coisinha.
Boas aprendizagens, para sempre.
Bigorna (XXV6023VIII)
(Não sei se sei desenhar…)
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