domingo, 8 de julho de 2018


Co Operar


Este espaço, de partilha, que agora emerge, talvez por assomar tardio, tende a falar do que já aconteceu. Ontem falei de antes de ontem e hoje vou falar de ontem. Mas, prometo, apenas para construir o futuro, para procurar deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrei (ideia que peço emprestada ao saudosíssimo Senhor Baden Powell).
Vespa Mamute - Foto de Bigorna


Parece-me até poder dizer que, em rigor, é difícil estar no presente. Ele é efémero e fugaz. Tudo o que vejo ou sinto, não exactamente porque seja lento, quando é processado pelo meu cérebro, já era. E não sou o único, “(…) não sou o único a olhar o céu” e a ter que admitir que o que vejo brilhar, lá no alto, não é o presente, é o que aconteceu antes que aquela luz pudesse ter chegado, percorrendo biliões de quilos de metros, até nós. É passado, aquela luz, no momento em que a vejo, é passado…

Ontem, assinalou-se o Dia Internacional da Cooperação, sob o lema “Sociedades Sustentáveis através da Cooperação”.
São vastos, em todo o mundo, os movimentos cooperativos, entre as sociedades humanas. Mas não tão vastos quanto o desejado, nem comparáveis à cooperação existente entre todos os elementos da natureza que, qual orquestra perfeita, se harmonizam no suave movimento do tempo, permitindo que sintamos, apenas, o banho morno e deslumbrante da temporalidade.
As árvores estabelecem comunicações cooperantes entre si. Os animais cooperam entre si e com a restante natureza. A natureza coopera com todos. Os humanos, na sua melhor desumanidade, tendem a ter pouco cuidado ao pôr a “pata” no imenso bazar de porcelanas vivas que nos rodeiam. E não, não estou a ser restritivo ao que consideramos serem seres vivos. Detenho, na minha loucura consciente, e na “liberdade deliciosa de me enganar” (que também aprendi em Charles Chaplin), que, as pedras, as águas, as montanhas e os vales, o fogo e os ares, VIVEM!
E na minha loucura oiço vozes. Não, não quero ser internado, ainda… Mas oiço vozes, entre o zumbido da vespa mamute e o riso de olor a cócegas, da flor do cardo, enquanto o pólen, aspergido, faz o caminho do futuro. Oiço Vozes, baixinho:

- Coopera, coopera, coopera (co) Opera…


E assim rendo a minha homenagem a dois homens, mas apenas como se, no papel de Maestro, cumprimentasse toda a orquestra, na pessoa do Primeiro Violino.
Fica o meu inteiro abraço para o Senhor António Sérgio (Senhor do Cooperativismo Português) e para o Meu Querido Amigo e Senhor Aleixo Patinha (Senhor Dedicado à Cooperação).

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