Mendigo e lazarento
Esmaga-se
em mim a lazeira
e
héctico me traz a loucura.
Mendigo
migalhas de mel,
malfazejo
meu medo e asneira,
mitigo
maleitas, busco a cura
e, peva mais cuspo que fel.
É
cruel, é velhaca a má fortuna e viso.
Perante
ela curvo as frontes.
E
rogo migalha e perdão.
Só
na tumba haverei eu siso?
Aí
treparei serros e montes
em
busca do vento suão.
Tarde
será, eu bem sei.
Já
no lés nasceu a aurora,
que
traz em braços de lã,
as
lágrimas que eu já chorei,
por
saber quem também chora
lágrimas
velhas, amanhã.
Bigorna 2007
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