Nada de novo.
Mudam os caretos, uns deixam a broa, outros "(...)comem tudo e não deixam nada."
O Céu Escurece.
Ventos rasantes cobrem de negro calados prados e seres errantes.
E nós, soturnos, aspergidos de negros medos,
tangemos o fosso fundo dos caboucos com os nós sangrantes dos
dedos.
Esperanças mortas e vãos anseios escorrem sob os umbrais das
portas.
O céu escurece…
Voam vampiros, sugando o alento (que traria o sol e levaria
voando o vento),
cobrindo os homens de um céu lúgubre, pardo e cinzento.
(Mira - Fotografia de Bigorna) |
E nós, calados… vamos morrendo,
no vale do nada, sem o sabermos,
caindo sempre no oco horrendo,
de saber passado a vez de havermos.
O céu escurece, mudo de tudo,
silenciando a confiança….
Sob o gigante, medonho e barbudo, da alta finança,
os monstros roubam toda a verdade.
Pululam lesmas gordas de cobiça e roliça vaidade.
Ditam leis embuçadas, leis filhas da pútrida caridade…
Que nos ficam, na garganta, entaladas.
As sanguessugas comandam toda a dança
e apregoam razões sem espada, sem norma e sem balança.
Poesia de Bigorna
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