Não tem muros, o Mundo
Não tem muros, o Mundo
Na noite de 9
para 10 de Outubro de 1989, há 33 anos portanto, caia o Muro de Berlim. Pode
dizer-se que essa noite já nasceu amanhecida e a escuridão desse dia não passou
de um anuncio gorado. O sol alumiou todas as horas dessa noite e a brisa das
harmonias dissipou as mais espessas brumas do horizonte.
Foi uma queda de
pequenas porções, de pó, de areias de pedras, mas o início de uma queda com
estrondo e ecos de esperança. Ainda hoje, lá longe, haverá extraterrestres a
estudar o fenómeno astrológico que provocou semelhantes auroras boreais em
todos os universos…
Ainda que a
construção de um muro sempre tenha servido de estímulo aos construtores de
escadas, para vencer a sua hipotética intransponência, a sua existência perdurará
sempre como uma sombra aos abraços da
luz com as sombras.
(fotografia de Bigorna) |
E o Muro Caiu.
Resta uma réstia
de desilusão. Com as suas pedras poderiam ter-se construído pontes, entre os
corações, entre as ideias que se opõe, entre os olhares oblíquos que se
continuam a incompreender.
O Muro Caiu, mas
não caiu todo e é necessário ter presente que o mundo não nasceu com muros.
A victória
continua incompleta.
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