Tirem-me o Cobranto
Raios, coriscos,
tornados, secas, pragas, pandemias… Todo o mal e todas as tropelias.
O mundo deve
mesmo estar para acabar. Atentemos aos ditos e escritos bíblicos e aos proféticos
bruxedos neles contidos. Quando as árvores derem frutos fora do tempo e outros
estranhos acontecimentos advierem, estamos com os dias contados.
E quando foi que
não tivemos os dias contados?
No entanto, também
me apetece profetizar. Atendam:
- governantes
corruptos (que nunca houve);
- violência
doméstica, machismos e misoginias (tudo novidades e modernices);
- abusos sexuais
(já mais vistos e ouvidos);
- jogadores de
futebol que partem tudo à pancada e treinadores que lhes dão o profícuo
exemplo;
- condutores de
autocarros de jovens estudantes, que do interior blindado das vidraças das suas
viaturas, insultam, em abastado vernáculo de cultura popular, os outros
condutores, dando assim exemplo ancho da sua experiência de adultos educadores;
- filhos que aos
30 anos vivem em casa dos pais, torturados pelas ementas repetitivas das
refeições dos pais e na dependência esquecida do seu coberto, cospem no prato
da sopa onde comem e cagam nas suas necessidades;
- a lua que teima, aluada de todo, em “melgar” a terra, na sua impertinência metamorfótica, umas vezes aparecendo cheia e outras em fatias
(que já não há paciência para ela e rareia em eclipses);- Chefes de
estado democraticamente eleitos que atropelam a democracia e brandam emotivas
ameaças, etc, etc, etc.
E, como se não bastasse,
ainda há quem se arrogue o direito de ter governos sérios. Isto é mesmo o fim do mundo. E quem de nós os educou para isso?!
Tirem-me
o Cobranto! (que eu não consigo ser mais pessimista).
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