Bom dia Mundo
A crise habitacional não é uma coisa nova, mas o mundo da imagem, a era da mediatização, do mundano e do embrutecimento humano acrescentam-lhe volume. O Tudo em 1 nos produtos de higiene é uma novidade, mas no mundo são tão antigos quanto o enxofre e as trevas.
A dificuldade em ter habitação, condigna, a preço justo, sustentável, parece querer contaminar outros sectores ou ser contaminada por eles. Desde o sector energético às infraestruturas, os ministérios são assolados pelo problema, numa linha que parece contínua, sem início e sem fim, sem aparência biunívoca e crescendo em profundidade e em altura, é um gigante velho, meio adormecido, com raízes na paz podre dos cemitérios da fome de poder.
As ideologias políticas tanto os produzem quanto se servem deles (dos problemas). Não raro surgem soluções para as quais urge inventar problemas.
Da esquerda à direita, com passagens pelo “branco mais branco não há” do Liberalismo e do Neo Liberalismo, são propagandeadas soluções. Nos extremos, uns prometem camisas encarnadas e outros camisas negras (fazem é questão de ocultar que a cor é um pormenor, o problema é serem TODAS camisas de forças).
O conflito pode parecer apenas rumorejante, mas a sua latência freme sob os nossos pés.
Os pardais (Passer domésticus) e as carriças (Troglodytes troglodytes), espreitam a oportunidade que um qualquer motivo (um tiro furtivo), possa justificar manifestações volumosas, esvoaçares descompassados, politicas de bando…
A comunicação social está à espreita, como se fossem gaios (Garrulos Glandarios), a carniça há de chegar. Não tardarão a chegar as pegas rabudas (Pica pica) e os corvos (Corvus corvax). Todos juntos, desencadearão pilhagens e desordem. Juntam-se os cães com os lobos e o mal será das ovelhas.
Os abutres (Chegam disfarçados), virão sob o capote de uma falsa moral pardacenta, para prometer ordem. Trarão, na frente uma cruz, não faltarão bispos sob pálios pálidos e pios (anunciando perdões para pecados ainda não cometidos e infernos, nos quais são e sempre foram especialistas).
Nunca nada está tão mal que não possa piorar.
Bom Domingo
Bigorna (II6023VII)
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