A Pólvora…
Alfred Nobel, Sueco, inventou a Dinamite.
Os Suecos vão acabar com os manuais escolares digitais.
Os rebanhos de opinião, em Portugal, descobriram a pólvora.
Pensei, muito seriamente, depois passou-me, publicar este texto, de forma manuscrita e com recurso à distribuição de panfletos, nas feiras, por aí. Era uma forma de seguir a corrente e abandonar “o digital”. Talvez, quando fosse lido, se conseguisse ser lido, se houvesse quem soubesse ler, se alguém quisesse ler, talvez já tivéssemos voltado ao digital, novamente.
Está a fazer-me lembrar, o Meu Querido Amigo, Fraterno, Mário Oliveira, agora a viver num outro Oriente, que ao apresentar o Rancho Folclórico da aldeia, começava por dizer: - Vamos iniciar a nossa actuação com “A Modinha de Sair”.
Vamos voltar a escrever à mão? Vamos. A ler livros em papel? Vamos. A ler???? Vamos!!!
Isso é que era… Voltar a ler…
O que faz falta é perceber e dizer o que se percebe, para que se diga que os manuais escolares devem ser em papel e não em formato digital. De outro modo é p a p a g a i a d a.
São os benefícios para o desenvolvimento cognitivo? Ótimo!
São os benefícios para as papeleiras? naaaa!!!!
São os benefícios do contra? aaahhh!
Ainda me lembro da minha primeira lousa (Ai que sauddeds que eu tenho de mim. Também). Acabou espatifada quando o “João Medonho”, bom rapaz e bom amigo, me espetou uma biqueirada na mala dos cadernos…
Para quem não sabe o que era uma lousa, na escola antiga, era uma versão dos modernos tablets, em que se escrevia digitalmente (com recurso aos dedos e a uma pen de ardózia) – “Prontos”. Escrevia-se, apagava-se, com o dedo (lambuzado de cuspe – da nossa própria língua). E o artefacto lá estava pronto para novos desenvolvimentos cognitivos.
Talvez valha a pena regressar ao passado. Talvez valha a pena regressar a um passado mais passado e imaginar a professora, na idade da pedra, a ditar o ditado (que podia ser sobre a “dita dura”), e o Jaquim, da minha terra, a pôr o ponteiro no ar (o ponteiro de esculpir hieróglifos na rocha), e a interromper:
- Senhora Professora? Homem, escreve-se com um testículo ou com dois testículos?
E veio-me à memória (não uma frase batida…), mas a cana* da índia, em riste, nas mãos doces da professora, tolheu-me a rima...
Que caneta tão comprida que ela tinha, aquela cana macia, cheia de tinta explicativa. Da sua secretária, lá na frente da enorme sala de aulas, da minha velha escola (hoje tão pequenina), ela escrevia coisas na cabeça do Jaquim, mesmo no fundo da sala. E que eficiência didática que aquilo tinha. A eficácia era duvidosa (ele nunca aprendeu a ler, coitadito). Faltou o diagnóstico de dislexia, hiperactividade, asperger… coisas… cenas…
*Era uma “can a neta” de escrever nódoas negras na cabeça dos meninos...
Pois… O importante era mesmo que aprendêssemos a ler. Que lêssemos. Que conseguíssemos saber o que lemos. Que alcançássemos o que nos dizem nas entrelinhas que se não escrevem…
E, já agora, que eu soubesse escrever isto com algum jeitinho e elegância. Desculpem!
Mas podemos pensar e estudar o equilíbrio do uso do digital e do analógico? Devemos!
Podemos voltar a escrever à mão, a fazer à mão, a ler à mão. O mais importante é que o conhecimento não sirva para manipular. Isso é que era…
Já agora, que não tem nadinha a haver com isto:
- O investimento, dos países Árabes, no futebol, terá alguma relação com o nosso – FADO – FÁTIMA e FUTEBOL - ?
Bigorna(XIV6023IX)
(Ilustração do autor – Juro que queria desenhar uma Lousa!!!)
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