sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Hoje acordei a pensar no Bicho Papão…


Lembrei-me de uma cantiga do Sebastião Antunes

Ninguém fala do homem do saco

Ninguém espreita por baixo do colchão

Já ninguém acredita na coca nem no bicho papão”


 

Mas Também me lembrei de uma história das aulas de Psicologia, do meu curso, “Ciências Ocultadas”, de 1993.

Era nosso Professor o conhecidíssimo Doutor Eduardo Sá, e falava-nos do Papão, de como lidar com o Papão e com o medo nas crianças, e coisas assim…

Ele recomendava algo, e que me perdoe se não era bem isto, mas foi isto que eu entendi:

 

- Se a criança chora, na noite escura (conseguem imaginar a voz dele?), e diz que o papão está debaixo da sua cama, os pais não devem desvalorizar esse medo e negar a existência do Papão. Isso não vai retirar o medo da criança e o Papão continuará debaixo da cama… devem, continuava ele, dizer à criança “o pai já tratou do Bicho Papão, pegou-lhe pelos colarinhos e deu-lhe um pontapé no traseiro. E ele foi embora. Agora dorme, meu filho”.

Foi uma boa aprendizagem. Nunca tive oportunidade de fazer isso, a minha filha, quando o Bicho Papão ia para o quarto dela, mudava-se para a minha cama… O bicho Papão nunca veio atrás dela para o meu quarto! Agora acho que o Bicho Papão tem medo dela… E às vezes o Bicho Papão vem atormentar-me a noite.

Eu tive a sorte de ter colegas brilhantes. Quando os professores não eram suficientemente ilustrados, nas explicações, eles explicavam-me tudo por outros métodos. Foi assim que fui aprendendo.

Obrigado Meu Querido Colega e Irmão de tropelias várias, Pedro Gomes.

O Pedro, exemplar profissional de Enfermagem, ser Humano impar e brilhante, logo se prontificou a clarear o assunto. Explicou-me com calma:

- O Papão é um ser que tem camisa e cu. Vê!

Desenhou um boneco, sem cabeça, vestido de camisa e a levar um pontapé no cu.

Brilhante.

Obrigado Pedro

Bigorna (VIII6023IX)

(Tanto que eu gostaria de saber desenhar…)

 


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