sábado, 23 de setembro de 2023

 Refugiados na religião.

A problemática da migração de refugiados é um tema complexo. Envolve uma pluralidade de causas e consequências que ao entranharem-se, na alma humana, são susceptíveis de despoletar o êxodo da mesma, de dentro de qualquer um (que alguma vez a tenha possuído).
A questão é transversal à história humana. Os relatos bíblicos, não só o comprovam como lhe conferem relevância suficiente para a existência a manufatura de deuses, diabos, anjos, santos, santeiros, assaltantes e outros charlatões.
Gente a fugir de países afric
anos, asiáticos, euroasiáticos, para a Europa. Gente a fugir de países latino-americanos para os EUA. Constituirão uma massa significativa da humanidade. E, isto para não falar dos que tentam fugir das prisões, sendo elas fechadas a cadeado ou fechadas a mentes obtusas de mentecaptos governantes ditadores.
Não fosse o interessante denominador comum que une os povos que querem chegar a outras regiões geográficas, e tudo isto pareceria uma história de loucos a fugir do paraíso para o inferno. Porque fugis? Porque fugis se nas vossas terras corre leite e mel?
Mas eles não fogem do paraíso. Ocorre que também não correm para o paraíso. Mas acontece, também, que eles não o sabem. Eles fogem de países, que permitem ao mundo para onde querem fugir, produtores de bens essenciais, mas que não lhes retorna o essencial para uma vida digna.
Assim se formam filas intermináveis de almas com destino à morte, ao desprezo, à escravatura, à marginalidade. Filas só comparáveis, por certo, às filas para a entrada no reino dos céus. Estas últimas explicadas pela necessidade convulsivante de acender velas de cera e mover tráfico de influência junto de santos, santinhos e santinhas, feitos à pressa para preenchimento dos balcões necessários, nos santuários edificados a preceito
Tudo isto sabe sua santidade, o Papa, presumo. E por isso ele apela ao acolhimento desses mesmos refugiados. Presumo que, incentivando todos os estados europeus e mundiais, o façam com o mesmo afinco e diligência comparável ao Estado do Vaticano. Um verdadeiro estado de refugiados religiosos.
Será que chegados ao Santíssimo Estado do Vaticano, os refugiados pobres e miseráveis, encontrarão migalhas caídas, das mesas gourmet, com as quais possam saciar a sua fome?
Bigorna (XXV6023IX)
(desenho como posso)

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