Bom Solstício para todos!
O Sol, essa luz incondicional à
nossa vida, à maior parte das vidas tais como as conhecemos, beija, banha e
afaga, de forma especial, o hemisfério Norte. Hoje, a inclinação da Mãe Gaia, pela
tarde, fará coincidir a incidência do Astro rei o mais a Norte que nos é
possível. Teremos o dia com maior espaço de tempo de luminosidade. É a festa da
força da vida.
Os maiores menires devem ser
plantados, o melhor vinho deve ser bebido, os melhores abraços devem ser dados
aos corpos mais amados, como se competindo com o Sol, na sua força e magnitude
o imitássemos em virilidade e afecto.
Durante alguns dias, o ponto,
aparente, em que o Sol se levanta e se esconde, vai parecer imutável. O Sol
parece parar no seu aparente movimento (sole
sister), o sol para.
A festa é efémera. Aquilo que se
mostra como o ponto máximo é, também, o ponto de viragem, o anúncio da chegada
da sombra. Após este dia, de alegria e força, o tempo de luz irá diminuir
novamente. É o respirar da Mãe Gaia numa demonstração do seu Amor igualitário a
toda a sua superfície. O que a nós deu no Solstício de Dezembro, com o anúncio
da vinda da luz, dará, agora, ao hemisfério Sul.
Uma espécie de demonstração, à
escala maior de que somos feitos, de que a competitividade entre povos, países,
irmãos, é um vão afã. Um Sol, uma existência, miríades de seres.
Carpe Diem… Ama o quanto puderes; Não desperdices tempo a odiar, a
desamar, a apoucar… Ama!
Solstício
Olha o Céu, inteiro!
Olha nele as nuvens, palavras
escritas a tinta de água.
Em breve, porque mesmo milhões de
anos são um nada na eternidade,
a luz do Deus Sol veste de azul a
negra mágoa.
Voando para ocaso vai vestindo doce
manto e suave frágua.
Olha o Céu, abre o tinteiro e entorna,
deixa jorrar na alva claridade, toda
a tinta,
como se fosse, na terra, uma
vasta viril rega morna.
A Luz que veio é a Luz que vai.
E uma eterna maré de sombra e
brilho…
Saboreia, nela, a espuma que a
vida em mim e em ti produz.
E, a noite, do outro lado mundo,
recortará, no horizonte, um suave
sopro de luz.
É a senda do Sol, no bordado de
oiro, na orla do nosso trilho,
olhando o Céu, escutando a luz,
sentindo a terra que respira.
Sorvendo a espuma que o Sol
produz, aspergindo afectos
na maré que nos inspira.
Bigorna (XXI6023VI)
(Fotografia de Bigorna)
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