OREMUS
Lá para o mês Augusto
encher-nos-emos de gentes, numa trovoada a que chamam Jornadas Mundiais da Juventude.
Uma espécie de Saturnália antecipada. Já nos habituámos um pouco a isto com as
festividades carnavalescas a serem empurradas para o Estio porque o frio e a
chuva são pouco propícios para o evento (no seu tempo adequado).Tentativa ou tentação de desenho
do autor
Conjuntamente com a “evocação” do
Conselho de Estado, com as tempestades de incêndios que se esperam e a “balbúrdia”
de uns milhões de estrageiros a engrossar o caudal do Tagus com os seus “sanctus
dejectus”, constituirão uma tempestade perfeita para a realização de um
plebiscito que ponha por terra os restos mortais do governo vigente e instale,
no seu lugar, um Falo Falso (que as falsas falas assim têm, para isso,
concorrido). Agoirento eu!!!!
Mas, e ainda…
Ouvi, para aí, um versículo que
referia a retirada, ocultação, exorcismo, quiçá sublimação, da escultura de
João Cutileiro (Aquela que dizem ser uma representação fálica, que eu não
conheço, e que a minha mente jamais reconheceria como tal…), do Parque Eduardo
VII, em Lisboa, onde (por acaso se vai realizar uma mesa com a presença do Papa
e enxames vários à sua volta).
Mas, porque será retirada,
ocultada, escondida, a dita escultura? Ela não é Pau, é Pedra. Será partida,
será cortada (trasladada se morta)?
Dizem uns que, pode incomodar as
orações. Dizem outros que pode distrair os crentes (talvez pouco crentes face
ao tamanho da escultura). Dizem outros que não se adequa ao desenho das
celebrações. Dizem outros que as celebrações é que não se adequam aquele espaço.
Enfim…
Convém não evocar a história nem
as estórias, sobre os assuntos em torno da questão (não da escultura, mas sim
do local e da cerimónia e da religião e da sua falta de (re)ligação ou mesmo dos
excessos das mesmas). Aquele parque não é famoso por se ir rezar nele e os
santos que por ele sempre foram caminhantes devem ser todos mártires…
A organização do evento terá
vergonha de mostrar a nossa casa?
Teremos assim um complexo de
inferioridade tão grande que leve a que tenhamos vergonha do nosso Falo? Se é
por ser pequeno, faz-se-lhe um altar maior e sobre o altar um púlpito, e sobre
o púlpito coloca-se a dita escultura sobre saltos altos… Não Calem o Falo,
deixem que o Falo Fale!
Ocultar a escultura? Vão
embrulhar o quê? Com o quê? Vão amarrar um laçarote na base, para disfarçar? E
se alguém, no fim da festa, pensa que é uma oferta… Quem se desembrulha com
isto?
Por mim, sem sobressaltos,
e sem carácter pejorativo,
não ofuscando a corrida aos
palcos,
dêem-lhe uso saudável,
vistam-lhe um preservativo
que lhe dará um
porte inefável.
Tem um senão. Vai avivar a memória
sobre os abusos sexuais (lá estou eu a ser agoirento!).
Mas têm uma virtude… Dilata
caminho à Eclésia para se modernizar (mas não dilatamos a fé nem o império).
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