Lá, onde o eu dos outros se funde com o eu que só eu posso abraçar
e conhecer.
Seremos, sem fomes e sedes, desnudados de tudo o que nos
confunde.
Nessa distância imensurável entre nós e o que ninguém de nós
conhece,
(Fotografia de Bigorna) |
AÍ, transparentes ao olhar mortal, da cor da lucidez da
alvorada, poderemos ver-nos, transmutarmo-nos ao som da criação dos universos.
Seremos mais do que qualquer um de nós e os nossos
imperfeitos olhares saberão ver. Seremos nós e os nossos próprios mundos
inversos.
Lá, longe, onde todo o eu perdido pode enlaçar-se com os
horizontes dos meus próprios limites, poderemos saber, de nós, o que só eu vejo
de mim, o que tu podes ver de nós, o que jamais saberíamos sermos.
Lá, longe, na distância do tempo, onde jamais estaremos sós
e assim morrermos, seremos a nossa essência, sem matéria e sem defeitos.
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