domingo, 15 de outubro de 2023

 A Padra da minha paróquia emprenhou!!!

Prenhe de ouvir esperanças, bufadas ao vento, sopro este meu fado de lembranças, sem destino e sem tempo.
Num repente, a santa igreja católica, desova-se em renovações, varre os seus odres internos, e asperge, vontades de renovação. E, como seria de esperar, os seus crentes acreditam. Pois pudera, se até os não crentes se inflamam e inflam dessas vontades!
Em postura sinodal, são anunciados propósitos de abençoar as uniões entre casais homossexuais, de ordenar mulheres, de promover o casamento dos padres... E nós acreditamos. Nós fazemos, com isto, o mesmo que fazemos com as letras, pequeninas, dos contratos dos créditos, dos seguros e de outros religiosos agiotas e viscosos. Quando chega a hora de ler essas letras miudin

has, fazemos uma vénia, cerramos os olhos em atitude contemplativa, e ficamos de bunda para cima. Crentes. Pios. Ardentes…
Parece que isto tudo será inspirado pelo espírito santo. Relembrando, o mesmo espírito santo que sempre inspirou todas as reuniões anteriores (as da inquisição e tudo e tudo e tudo). Contando que esse tal de espírito santo tenha, realmente, sido convidado ou se não tenha esquecido de aparecer nas concentrações.
Pelo que fui lendo, isto tem sido uma espécie de “uma no cravo e outra na ferradura”. É pecado? É. Mas como a igreja é para os pecadores… Vamos ver caso a caso… e coisa e tal e com papas e bolos…
Mas compreende-se. A Igreja deveria provocar roturas com os preconceitos. Mas, se romper muito, escancara a porta… deixa de haver lado de fora e lado de dentro… perde-se o direito de propriedade. É uma chatice!
Depois vem o povo. O que diria o povo? Então até agora era pecado… e agora é abençoado?
Imaginemos que a Igreja aceitava ordenar mulheres? Parece tudo muito fácil. Pois. Mas agora imaginem: Se, o povão, vai “engolindo”, com permeabilidade misógina e pequenos goles e gargarejos de águas bentas, que os padres pequem, aqui e ali, com uma ou outra mulher (desde que a mulher do próximo não seja a mesma do próximo que está muito próximo), o mesmo não será espectável se o padre, em vez de ser um padre, seja uma padra. Imagine-se:
- Ó comadre! Sabes que a padra da minha paróquia emprenhou e não se sabe quem é o pai?
- OHHHHHH!!! Ai valha-nos deus nosso senhor… que mais valia que essa criança morresse à nascença!!! Essa mulher anda aqui e já anda a arder nas bocas do inferno… (quem diz nas bocas do inferno diz no lavadoiro público, nas salas de espera, ou no “correio da manhã”).
Pensem mesmo bem… acham que a santa igreja deve, assim, escancarar as portas da santa beatice moral dos outros?
Isto não vai lá com estas modernices se se ses… Agora era o casamento dos homossexuais… depois era o casamento dos padres, depois era a eleição do papa ser por descendência (primogénito - varão? Mulher? Não!!! E o conclave? Só com casais de homossexuais?).
Eu, por mim, sou pelo progresso. Sem letras miudinhas. Mas eu, eu não sou crente. Embora cheio de motivos, sobretudo nessa questão do espírito santo.
Quando eu era criança e confessava ao padre, da minha terra, que tinha roubado laranjas ao meu vizinho, o meu vizinho ficava a saber de tudo. Era o “espírito santo de orelha”.
Bigorna (IV6023X)
(Desenho de alta costura)

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