Dia Mundial Contra a Pena de Morte
Hoje, 10 de Outubro, assinala-se, desde 2003, o Dia Mundial Contra a Pena de Morte.
É estranho. Já a abolimos, por cá, há tantos anos. Em Portugal, para os crimes civis, abolida em 1867, e para os crimes militares, em 1911.
E ainda há saudosistas. Ainda há eternos carrascos. Ainda se cultiva a vingança com vestes roxas e engalanadas de justiça.
Ainda se ouvem frases barbaras e laivos de vingança cruel. Ainda corre, nas veias de muitos, o tremor da abstinência, por parte de quem sempre desejou deleitar-se com o sangue, o sofrimento e a tortura.
Em vez de rosários de orações e de moral balofa, ganhemos o nosso tempo ensinando a urbanidade e a generosidade a nossos filhos.
A pena de morte é, mais do que um extermínio inútil de vida humana, um genocídio da esperança na humanidade.
Condenar alguém à morte ou ao presídio eterno é admitir o fracasso da humanidade inteira. Se a justiça impõe penas para promover a reabilitação do criminoso, matar o criminoso é assumir o in
sucesso de qualquer hipotética reabilitação.
sucesso de qualquer hipotética reabilitação.
Ou o indivíduo é reabilitável ou ele não é capaz, tampouco, de se entender como imputável. Os inimputáveis não se aniquilam, protegem-se da humanidade e a humanidade protege-se deles.
Mudemos a mentalidade, por dentro. A vingança, nem para aniquilar o carcereiro, que dentro de nós nos aprisiona, serve.
Bigorna (X6023X)
(Fotografia da minha autoria)
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