domingo, 29 de outubro de 2023

 (conteúdo sensível)!!! – Pode conter imagens chocantes.

O Jaquim, da minha terra, na sua inocência inocente, casou-se. (volto a advertir para a possível violência do conteúdo).
Na noite de núpcias (palavra com origem no étimo nuvem – só para espicaçar as nebulosidades próprias dos nubentes e dos véus), a verdura sexual do Jaquim concorreu para a sua decepção primeira. Chegados ao leito de consumação (pode substituir por consumição), não conhecendo o noivo corpo de mulher, muito menos tapado por “cuequedo” rendado e farto de folhos, logo se deu aos braços de Morpheu, convicto de que sua esposa não tinha buraquinho para meter os filhos nem por onde saíssem. Tinha defeito de fabricação.
Cedo saiu do leito e, sem dar alardo à populaça, foi procurar ajuda. E onde é o melhor lugar para pedir ajuda? Na taberna. Se não houver outro remédio, a cachaça resolve.
Tendo o Jaquim desabafado com os amigos, logo se levantou um desconhecido pronto e voluntarioso a ajudar (nunca falta que
m tudo resolva):
- Homem, se ela não tem por onde fazer filhos, eu, artesão hábil e experimentado, lhe farei um (um buraco por onde fazer filhos e pari-los, entenda-se), de raiz, sem recurso a esquiços ou caros projectos, sem licenças camarárias e isento de côngruas paroquiais. Levas a moça à minha oficina, com uma arroba de lã (da melhor), um presunto de porco sadio, um litro de sal grosso e um garrafão de vinho tinto (que um homem para trabalhar no duro tem que “buer” do bom). Deixas a moça 15 dias lá em casa e irás buscar com tudo pronto e já testado (talvez até atestado).
Assim aconteceu. Ao fim de 15 dias lá se prantou o Jaquim, na porta do (não sei que lhe chame… ferreiro não que aquilo não é de ferro… carpinteiro também não que de pau só os santos… padeiro talvez?), do artesão “prontos”.
- Jaquim, aqui tens. – Expondo as partes pudibundas, acabadinhas de acabar, nacaradas e apetitosas, da moça – Está um primor. E já testei, funciona que é uma beleza. Se carecer de aprimoramentos “cá estarei”, para acabamentos interiores.
O Jaquim, olhou, admirado, curioso e interessado:
- Parece o poço das silvas – disse sorridente. Bem! Está feito está feito, mas… trouxe eu uma arroba de lã (da mais fina), e o que vejo alí não passa de uma penujem que mais parecem as barbas mal penteadas do padre Inácio (quando as tinha ainda pretas). Dei um presunto da porca “Torresma”, quase maior que uma vaca, e o que vejo são duas bifanas rafadas, cobertas de coirato fino e enrugadas. – E provando com o dedo, voltando a provar e a cheirar – Veio carne e cheira a peixe… só não está roubado de sal!
Bigorna(XXVI6023)
(Homenagem a meu pai que contava esta anedota e ria sempre mais do que os ouvintes) – O desenho? É um desenho.

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